Brincadeiras Sensório Sociais
- Valéria Rodrigues
- 3 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 24 de ago. de 2020
A diversão é uma parte importante para ajudar a criança a aprender. As crianças com autismo geralmente não parecem experimentar tantas recompensas naturais com as interações sociais, e a interação sem objetos (brinquedos) por muitas vezes trás uma oportunidade de engajamento e interação social única para elas.

De acordo com Dawson, Rogers & Vismara, "as rotinas sensório sociais são atividades nas quais o adulto e a criança se envolvem alegremente e frente a frente, numa atividade altamente social. Estas atividades são marcadas pela reciprocidade. Não se trata de uma brincadeira com objetos. É uma brincadeira de pessoas". Entre as razões para realizar atividades sensório sociais, podemos citar:
Contribui para aprendizagem mais rápida;
Maior quantidade de oportunidades de aprendizagem;
Ajuda no processo de memória, positivo para associação e uso de novas habilidades;
Uma atividade divertida é por si só, uma boa recompensa;
Ser uma fonte de diversão e prazer aumenta a atenção da criança em você.
As brincadeiras sensório sociais, buscam sempre por um ato comunicativo da criança, e podem ser utilizadas tanto para baixar como para aumentar o nível de excitação delas. Muitas vezes as mesmas atividades podem ser utilizadas para ambos os propósitos, e o que vai direcionar será o ritmo e a velocidade imposta na brincadeira. Vamos conhecer alguns exemplos:
Bolhas de Sabão: soprar bolhas de sabão;
Balões: sopre um e conte, "um, dois, três" e deixe-o voar pelo ar (contudo, tenha cuidado porque as crianças podem sufocar com os balões);
Cata-vento: sopre para o fazer girar;
Pompons: sacuda, coloque na cabeça, atire-os, etc.
Adereços: para ambos - óculos, chapéus, pulseiras ou relógios;
Toalhas: esconda-se debaixo das toalhas, e brinque de achar;
Cobertores ou tapetes: enrole em seu filho como se fosse um cachorro quente;
Balanço: empurrar num balanço, segurar e aguardar para empurrar novamente;
Pular na cama: segurar seu filho pela cintura e fazê-lo pular na cama;
Balançar nas pernas: balançar a criança nas suas pernas;
Jogos com água: brincar com jogo com água durante o banho;
Brinquedos que fazem ruídos - língua de sogra, flautas, etc (contudo, mais uma vez tenha cuidado porque as crianças podem engasgar com língua de sogra);
Jogar para cima: jogar a criança para cima;
Pega-pega: brincar de pega-pega com a criança;
Cocegas: brincar de fazer cocegas na criança;
Esconde-esconde: brincar de esconder com a criança;
Massagem: coloque uma pequena quantidade de creme no corpo, esfregando e massageando a criança;
Na prática, você deve escolher uma brincadeira sensório social, repetir gratuitamente duas ou três vezes, fazer uma pausa e aguardar. Olhe para a criança com expectativa e veja se ela lhe parece querer continuar a brincadeira. Mesmo não sendo verbal, a criança deve expressar um ato comunicativo de que quer continuar a brincadeira, como por exemplo um olhar, algum som pedindo mais, etc. Cada criança vai se expressar considerando as habilidades já aprendidas. O importante é ter essa troca social entre o adulto e a criança. Quando a criança entregar esse ato comunicativo, o jogo se repete.
A repetição é a chave. Quanto mais familiar é um jogo, e se transforma numa "rotina", mais a criança pode participar como um parceiro e mais ela aprende.
Quando introduzir uma nova atividade sensório social, a criança pode parecer hesitante. É necessário apresentar a atividade em seguimentos breves, começando e interrompendo a atividade várias vezes, para que a criança aprenda a rotina e saiba o que esperar.
Que tal colocar em prática? Experimente deixar a sua criança mais animada ou até mesmo baixar a sua excitação, lembrando que a velocidade dos movimentos que irá definir a resposta da criança!
Referências:
Dawnson, G., Rogers, S. J.; Vismara, L. A. Autismo: Compreender e agir em família. Lisboa: Lidel, 2015.